sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O Brasil nos trilhos do desenvolvimento (II)


A impressionante repercussão do artigo que publiquei na semana passada – “O Brasil nos trilhos do desenvolvimento”–, tratando da questão ferroviária e de sua importância no desenvolvimento nacional, enseja que aprofundemos um pouco mais no assunto, recordando a necessidade de encarar o tema com vontade política e sensibilidade.
A decadência do transporte ferroviário no Brasil começa com o aparecimento de nosso parque automotivo, no final dos anos 50, onde os caminhões ganharam as rodovias que se abriam e a classe média pôde ter acesso ao carro próprio. Agora, meio século depois, a ferrovia volta a ser uma opção válida e necessária no transporte de cargas e de passageiros justamente pelo motivo que decretou sua quase-falência: a impressionante ampliação da frota de automóveis de passeio, hoje muito mais ao alcance dos brasileiros por conta da estabilidade econômica, da disponibilidade de linhas de crédito e de financiamento.
Nossas cidades estão com suas ruas e avenidas lotadas nos horários de “rush”. Cidades projetadas para comportarem menos da metade do tráfego que hoje suportam dão mostras de saturação no trânsito e se encontram diante da delicada questão de como resolver tão complexa questão. Goiânia, Brasília, Campinas, Recife e, em maior e dramática escala, a cidade de São Paulo, por exemplo, já dão mostras de que a chegada de milhares de novos automóveis às suas ruas diariamente exige criatividade e alternativas para o caos urbano que se vai instalando. Curitiba, que já nos anos 70 havia adotado interessantes opções de transporte coletivo urbano, nas linhas exclusivas então projetadas, hoje chega a se ver na obrigação de discutir a validade de um transporte urbano de massas através de um metrô a ser construído como alternativa ao trânsito que desfigura uma das melhores cidades do País.
Projetada para ter 500 mil habitantes no ano 2000, no projeto original de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, Brasília já havia passado bem mais do seu primeiro milhão de moradores naquela data e hoje, menos de uma década depois, tem mais de dois milhões de habitantes se contabilizarmos o Entorno da Capital, onde se localizam diversos municípios goianos (Valparaíso, Cidade Ocidental, Planaltina de Goiás, Águas Lindas e Formosa, dentre outros) e toda sorte de problemas que atingem as grandes metrópoles mundiais, numa convivência difícil e forçada entre o desenvolvimento econômico-social evidente e os dramas diários da insegurança, da carência de infraestrutura urbana e da saturação das vias de transporte.
Estamos pagando um alto preço pelo desenvolvimento. Não fosse a férrea decisão do presidente Lula em enfrentar os problemas que afligem as populações das grandes cidades, com políticas realistas para as questões do meio ambiente, da reforma urbana e dos transportes, dentre outras, e nos veríamos em médio ou curto prazo em situação mais crítica do que a que já nos encontramos. E é por isso, pela necessidade de repensar a questão do transporte, tanto o de passageiros quanto o de cargas, tanto o urbano quanto o interestadual, que insisto na evidente supremacia do ferroviário sobre o rodoviário, do trem sobre o caminhão, do trilho sobre o asfalto. Isso não exclui o transporte rodoviário e os que nele trabalham. Ao contrário, devemos valorizar a integração intermodal e desenvolvê-la de forma racional e sustentável.
As grandes economias mundiais se estruturaram numa equação simples: os trilhos transportando aos centros urbanos e aos portos a produção agrícola ou industrial de regiões distintas. Além disso, a logística ferroviária contempla o transporte seguro, confortável, rápido e econômico de milhares de passageiros nas composições de um único trem. As indústrias que produzem locomotivas detêm tecnologias avançadíssimas, que produzem a cada ano máquinas mais fortes, mais rápidas, mais econômicas e que têm operado serviços de altíssima qualidade entre centros de alta densidade populacional no Japão, ligando cidades que são centros industriais na Alemanha, aproximando em tempo recorde Bruxelas e Paris ou a capital francesa e Londres, no Eurotúnel, por debaixo do Canal da Mancha. É a questão de se perguntar: quais motivos nos impedem de oferecer igual qualidade de transporte entre o Rio de São Paulo, por exemplo, em projeto acalentado pelo governo Lula, o do “Trem-Bala”? Que ganhos extraordinários terá nossa agricultura quando pudermos oferecer aos produtores de grãos, aos industriais, aos prestadores de serviços, às empresas de logística, aos frigoríficos, a possibilidade de levarem a produção do interior de Goiás, da Bahia, de Mato Grosso ou de Santa Catarina até os centros consumidores ou aos portos de exportação! Que salto dará nossa economia quando enxergamos as ferrovias com o olhar sábio e pragmático de nossos irmãos canadenses, sul-africanos ou chineses!
Já temos a Ferrovia Norte-Sul e se impõe o desenvolvimento da Oeste-Leste, integrando nosso imenso território continental com os ramais de integração e toda a estrutura operacional que dote o Brasil de uma poderosa rede ferroviária que será um instrumento de integração e desenvolvimento social e econômico. Temos essa necessidade, os meios existem, a vontade política já foi demonstrada. Recordo um belo verso de Fernando Pessoa: “Deus quer, o homem faz, a obra nasce.” Portanto, mãos à obra!
Nós andamos perdendo muito tempo em discussões estéreis, em bate-bocas improdutivos. Nós temos nos esquecido de que esse País é um dos maiores, dos melhores, dos mais férteis do mundo. De que vivemos a realidade de um encontro abençoado de terra dadivosa com povo trabalhador. Temos prezado mais o miúdo do que a grandeza. O Brasil é superlativo, é grandioso, não comporta a pequenez e exige o arrebatamento de soluções engenhosas e revolucionárias. Nos anos 80, o então prefeito socialista da capital peruana, Alfonso Barrantes, peitou o problema do caos nos transportes urbanos e, em tempo recorde, dotou Lima de ramais ferroviários que desafogaram a metrópole e diminuíram sensivelmente os problemas que afligiam uma população que hoje chega à casa dos 8 milhões de pessoas.
O Brasil deve reforçar sua malha ferroviária existente, modernizando-a. Precisa buscar a parceria do capital privado nacional e internacional, de forma transparente e decidida, para dotar nossa economia do mais eficaz meio de transporte de massas e de escoamento de produção. Renegando as ferrovias, abandonando-as, priorizando o custoso e antiecológico transporte rodoviário, já chegamos a alto patamar econômico. Sob os trilhos, certamente, vamos chegar mais longe, com mais responsabilidade social e sustentabilidade.
Delúbio Soares é professor (www.delubio.com.br) (www.twitter.com/comdelubio) (companheirodelubio@gmail.com)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Buriti Alegre: Leone Piolho presidirá Legislativo em 20l0

O vereador Leone Andrade, o conhecido Piolho, foi eleito presidente da Câmara Municipal de Buriti Alegre para o ano de 20l0. Com certeza o parlamentar usará fartamente dos seus dotes diplomáticos, o famoso “jogo de cintura”, para manter o Legislativo Municipal funcionando em defesa da população e com bom e respeitoso relacionamento com o Executivo Municipal.

Legenda: Leone Piolho.

Zé Gomes diz que não decidiu quem apoiar para Governo Estadual

Na solenidade em que reassumiu a chefia do Governo Municipal, o prefeito de Itumbiara, Zé Gomes, disse que não sabe ainda qual o candidato a governador vai apoiar na próxima eleição, no ano que vem.
Referindo-se aos dois nomes mais divulgados para a disputa, ele disse que “sou apaixonado pelo Iris Resende (PMDB)” e “morro de amor pelo Marconi (PSDB)”. O prefeito completou esta frase dizendo que “só que minha maior paixão é por Itumbiara!”.
E dirigindo-se ao auditório lotado, “não tenho ideia formada de quem iremos apoiar para o Governo do estado, por isso, vamos decidir juntos quem terá nosso apoio, que será aquele que mais se comprometer com Itumbiara!”.

Legenda foto: Na solenidade, Aparício Vasconcelos Montes, Zé Gomes, Chico Balla, Álvaro Guimarães e Valdeir Enfermeiro.